Primeira edição do primeiro livro escrito pelo poeta surrealista, Alexandre O’Neill. Publicado em 1948, integra a coleção Cadernos Surrealistas, com início nesse mesmo ano. Definido como um romance-colagem, é constituído por 13 imagens preexistentes, derivadas de almanaques, enciclopédias populares e manuais de divulgação científica. A sua icónica encadernação brochada vermelha com letras rasgadas a negro evidencia a linguagem pictórica de Alexandre O’Neill, com traços reconhecidos em tantas das suas obras. A sua produção, quer artística quer literária, não seria vasta, revelando sobretudo um desejo de experimentação, pelo automatismo e pelo acaso. A Ampola Miraculosa estrutura um relato onírico, tão ao gosto Surrealista, a partir do encadeamento iconográfico e textual das diferentes páginas. Uma narrativa visual surpreendente que, ainda hoje, se mantém como uma referência do Surrealismo português.